domingo, 5 de dezembro de 2010

RIOS DE LÁGRIMAS


"Temos vivido no meio de medos, perigos, desgraças e destruição. Dos meus olhos correm rios de lágrimas por causa da destruição do meu povo" (Lm 3, 47-48)
Dia 18 de junho de 2010 é um dia para ser esquecido. Ao acordar naquela sexta feira, ninguém podia imaginar que aquele dia trazia marcas de tragédia e destruição. Parecia ser um dia como outro qualquer...mas não foi! Uma grande enchente assolou e destruiu cidades como Palmares, Catende e Barreiros. No meio de tantos pedidos de socorro, no meio de tanta agitação, no meio de tantos desafios, nos sentimos impotentes. Chegou a noite e a escuridão se somou ao sombrio de nossas almas aflitas. Aquela não foi uma noite mal dormida, mas uma noite não dormida. Sem energia eletrica, sem sinais de telefone fixos e móveis, sem noção da proporção da tragédia... me ajoelhei na sala da minha casa e clamei por Deus, pela sua ajuda, pelo seu auxílio. os rios transbordaram e se misturaram aos rios de lágrimas de milhares de pessoas atingidas. Eu olhava constantemente para a janela da cozinha e perguntava: Quanto tempo ainda falta para acabar a noite? Oprimido na angustia senti que o conforto de Deus me consolava. Sua Palavra caiam em meu coração. Naquela noite de rios de lágrimas ouvi: "Ele enxugará todas as lágrimas dos nossos olhos" (Ap 21, 4). Naquele dia em que os rios transbordaram eu ouvi: "Nenhuma quantidade de água pode apagar oamor, e nenhum rio pode afogá-lo" (Ct 8, 7).

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